quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Razão ou emoção?
A quem devo seguir?
Cabeça ou coração?
E quando a boca também não entende a quem deve obedecer?
Palavras professadas não sabem de onde foram originadas...
Palavras que sentem sem pensar
Pensam sem sentir
Palavras que vem do coração, saem sem compreender a razão
Palavras que soam na hora que pensam e não se importam para o que estão sentindo..
Se tem tido algum sentido, sigo sentindo
Maldita é a boca que não entende que nem sempre as coisas sentidas precisam ser professadas ou entendidas
Traidora, trai mente e coração, não sabe a quem obedecer e acaba fazendo mais do que seu ofício
Fere
Entrega
Maldita boca que não entende a hora certa de falar
A mesma boca que conquista é a que desencanta
E é ela quem leva toda a culpa
Enquanto cabeção e coração não entram em um acordo é ela quem será sempre a maldita
Maldita boca...

Por Deyvid Guedes em 28 de sentembro de 2011

sábado, 24 de setembro de 2011

"Há medo em meu jardim, pois uma rosa disse adeus pra mim..."

      22 de setembro de 2011, 22h45... A uma hora e quinze minutos da chegada da primaveraeu observava a última noite fria de inverno. Contemplava uma noite gélida, sem lua, sem estrelas...tudo parecia tão escuro, mas com a triste ilusão que a meia noite, quando a próxima estação chegasse, tudo seria diferente. O brilho do firmamento fosse voltar a sorrir e a estação mais fria nos daria adeus.
      22h54, um telefonema. Ao identificar o número um aperto em meu coração. Diante daquela situação eu sabia que não seria um telefonema qualquer pra me desejar uma feliz primavera que estava por vir. Tive medo do que poderia ouvir, mas mesmo assim atendi. Uma voz trêmula forçando uma muito falsa segurança me perguntava se estava tudo bem. Ouvindo aquele choro reprimido que se escondia atrás daquelas palavras que sufocaram ainda mais meu coração, eu ousei dizer que estava bem, mesmo sabendo que depois das próximas palavras nada mais estaria bem, pelo menos não naquela noite. O que eu temia acabara de acontecer... Àquela noite não haveria a passagem da primavera. O Supremo, único responsável pela criação de todas as coisas, inclusive das estações, definiu, ainda não sei o porquê e quando tudo é muito recente fica difícil a gente perguntar pra quê, mas Ele definiu que excepcionalmente este ano a primavera haveria de esperar pelo menos mais um dia para dar o ar da graça.

      Uma lágrima rolou...foi inevitável. Depois outra... e outra...

      Estava ali ansioso na esperança de poder ver a minha doce primavera chegar, e derrepente ela resolveu parar no caminho para recuperar o ar e postergar a sua chegada.

      Nesta noite a lua não brilhou no céu. As estrelas não tinham motivos para iluminar. Noite longa demais! O vento soprava e assobiava um canto triste de se ouvir. Os amantes da noite não tinham a trajetória da lua no céu para passar o tempo observando seu passeio e nem as estrelas para contar. Noite muito longa, em que a primavera não chegou...

      Ao amanhecer, o sol mostrou que não tinha motivos nenhum para mostrar o brilho do seu sorriso. Como um bom trabalhador veio cumprir sua missão de aquecer, mas permanece escondido atrás das nuvens, e estas por sua vez, perderam sua pureza alva e se acizentaram de tristeza por não verem a primavera.

      O jardim, onde todos eram os que mais esperavam a entrada da próxima estação, amanheceu dormindo. As flores com suas folhas e pétalas fechadas se voltavam para o centro do jardim, pois esta noite a mais bela flor nos deixou...

      Todas as flores sabem que um dia voltarão à terra de onde, ainda semente, brotaram e tiraram todo o sustento para viver. Mas nenhuma delas espera que isso aconteça na entrada da primavera. Todas ensaiavam juntas um canto novo para o tão sonhado despertar do dia 23 de setembro. Cada uma adornava suas pétalas com o brilho mais bonito que pudessem. E os perfumes? Ah, os perfumes! Cada qual com sua particularidade contagiava e apaixonava quem quer que os sentisse. Juntos, todos formavam um gostoso aroma dos campos. Mas esta noite um perfume deixou de ser exalado...e mesmo que cinco mil outras flores exalassem seus perfumes ao mesmo tempo, um aroma vai estar faltando neste jardim.

      Aquela parecia ser a flor mais forte do jardim. Raízes profundas, muito segura de si, linda por natureza e nem assim deixava sua vaidade se transformar em prepotência, além da mais linda era também a mais humilde. A vaidade existia na busca de encantar ainda mais quem a olhasse, pois era feliz em saber que fazia feliz também quem a admirasse e sentisse seu perfume. E na busca pela perfeição em transformar suas pétalas, que já eram tão belas, em veludos cintilantes foi que ela passou seus últimos dias de inverno. Adornava-se  para encantar a primavera, que ela nem pode ver chegar...

      Hoje o jardim chora, mas de saudade que todos já sentem daquele brilho em seu meio. Todos sabem que aquela flor não os deixou, e que hoje ela apenas se tornou adubo para suas raízes. Tudo o que aquela flor foi enquanto enfeitava aquele jardim, vai fortalecer as raízes das flores que ficaram. Ninguém esperava que fosse assim, pois ela sequer disse adeus, mas talvez soubesse que não deveria se despedir já que na verdade ela nunca os deixará, apenas irá alimentá-los.

      Para se ter vida é preciso morrer, e esta noite ela sofreu as dores do parto mais uma vez. Dormiu e não acordou mais em nosso meio, mas acordou para a vida. Acordou para nossas vidas e a partir desta noite faz parte do nutriente de nossas raízes.

      E a primavera?

      É preciso força da parte das outras flores para mostrar pra ela tudo o que foi ensaiado durante outras três estações, e mesmo com o seu atraso o espetáculo sempre tem que ser único, pois se aquela flor ainda estivesse ali não deixaria nenhuma outra flor desanimar, e mesmo que a primavera do ano de 2011 comece no 24 e não no dia 23, é a primavera...com mais adubo em nossas raízes é que devemos mostrar a ela a beleza de nossas pétalas...


terça-feira, 20 de setembro de 2011

O Pequeno Príncipe capítulo XXI

E foi então que apareceu a raposa:

- Boa dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira…
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita…
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste…

- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou:

- Que quer dizer “cativar”?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer “cativar”?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços…”
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo…
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor… eu creio que ela me cativou…
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra…
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.

A raposa pareceu intrigada:

- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.

Mas a raposa voltou à sua idéia.

- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor… cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto…

No dia seguinte o principezinho voltou.

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração… É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse…
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

Depois ela acrescentou:

- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.

Foi o principezinho rever as rosas:

- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.

E as rosas estavam desapontadas.

- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.

E voltou, então, à raposa:

- Adeus, disse ele…
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa…
- Eu sou responsável pela minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.


(Antonie de Saint-Exupéry)

A voz do silêncio

Pior do que a voz que cala,
é um silêncio que fala.

Simples, rápido! E quanta força!

Imediatamente me veio à cabeça situações
em que o silêncio me disse verdades terríveis,
pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo. Um e-mail que não chega.
Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.

Silêncios que falam sobre desinteresse,
esquecimento, recusas.

Quantas coisas são ditas na quietude,
depois de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo,
nem uma gargalhada
para acabar com o clima de tensão.

Só ele permanece imutável,
o silêncio, a ante-sala do fim.

É mil vezes preferível uma voz que diga coisas
que a gente não quer ouvir,
pois ao menos as palavras que são ditas
indicam uma tentativa de entendimento.

Cordas vocais em funcionamento
articulam argumentos,
expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos
que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.

Quantas vezes, numa discussão histérica,
ouvimos um dos dois gritar:
"Diz alguma coisa, mas não fica
aí parado me olhando!"

É o silêncio de um, mandando más notícias
para o desespero do outro.

É claro que há muitas situações
em que o silêncio é bem-vindo.
Para um cara que trabalha
com uma britadeira na rua,
o silêncio é um bálsamo.
Para a professora de uma creche,
o silêncio é um presente.
Para os seguranças de um show de rock,
o silêncio é um sonho.

Mesmo no amor,
quando a relação é sólida e madura,
o silêncio a dois não incomoda,
pois é o silêncio da paz.

O único silêncio que perturba,
é aquele que fala.

E fala alto.

É quando ninguém bate à nossa porta,
não há emails na caixa de entrada
não há recados na secretária eletrônica
e mesmo assim, você entende a mensagem

(Martha Medeiros)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

As 4 estações...

O verão passou tão rápido.
Será que já chegou o outono?
As folhas começam a secar em seus galhos, os ventos gélidos as leva por aí
Aos montes elas vão cobrindo o chão e transformam a vista num marrom sem vida
Dias de pouco sol e calor
Agasalhos saindo do armário tentando aquecer os corpos que saem às ruas
Mas era verão a tão pouco tempo...

Corpos quentes, semi nus, calor nas alturas, todos suados...
Céu azul, pássaros cantando e bailando no céu...
Mar sereno, barcos passeando, peixes pulando...
Praias e clubes lotados, sorrisos no rosto, refresco gostoso com o banho de mangueira...

Ainda é verão! Eu sei!
Mas porque o dia amanheceu assim?
Porque eu tenho a triste impressão que o inverno já está a caminho?

Não gosto do inverno... Muito difícil manter o calor no inverno...
Tenho medo da hipotermia
Agasalhos, aquecedores, chuveiro quente, gás... Tudo para manter o calor... Mas não é calor natural...
Se já estamos no inverno torço para que a primavera chegue logo...

Quero sentir de novo o perfume das flores, o sol nos aquecendo sem pedir nada em troca,
O colorido nos jardins, as borboletas que enfeitam as tardes com seu balé no ar...
Os insetos que levam amor de flor em flor, o cheiro de pólem solto no ar...
Ah! Como é gostosa a primavera!
Os casais apaixonados passeando pelo parque, as crinaças correndo pela grama...
o pique-nique nas manhãs de domingo, a caminhada pela floresta...
Tudo é tão gostoso na primavera!
Não posso acreditar que ela já se foi...Coisas boas passam tão rápido...
Mas logo logo ela volta! Tenho certeza... Logo logo é primavera de novo. Já posso sentir o perfume das rosas, jasmins, gerândios, azaléias, violetas, margaridas, damas da noite... Todas aguardando o momento de despertar juntas e fazer seu espetáculo diário para o seu reizinho, o sol.

Chegue logo primavera! Não tarde a chegar! Esses dias de inverno, mesmo curtos parecem demorar muito a passar. Quero vê-la de novo óh doce primavera. Foste embora muito rápido e eu não pude nem apreciar a beleza dos seus adjetivos.

Volte logo primavera... Volte logo...

domingo, 18 de setembro de 2011

Πανδώρα

Objeto curioso, mexe com mente de qualquer ser
Presente divino, não deveria nem o tê-lo aceitado
Tentei guardá-lo a sete chaves, porém a ti o entreguei
Não sei se fiz ao certo, mas eras a única pessoa em quem eu podia confiar
Criatura criada exatamente para mim
Olhava pra ti e meu reflexo eu podia ver
Sem contar a encantável beleza
Tantos dons que me fizeram apaixonar
Sem pensar em suas mãos deixei o que eu tinha de mais precioso
Condenado a viver com os males, ainda me resta a esperança...
Me deste do teu veneno, mas ninguém conhece a fórmula do antídoto
Agora eis-me aqui neste sofrimento
Chorando sozinho para que ninguém ouça meus lamentos




Por Deyvid Guedes em 18 de setembro de 2011


http://pt.wikipedia.org/wiki/Pandora
http://www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=346082

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O que é pra ser sentido não dá pra ser explicado...

                                                        Escrevendo... Escrevendo...
E rasgando os papéis.
Procurando palavras para traduzir o que não tem explicação.

Lixeira cheia. Caneta vazia. Coração transbordando e papéis em branco. Letras me correm nas veias e pulsam em meu no músculo involuntário, mas não conseguem se encontrar nos dedos de minha mão.
Meu sujeito, tão simples se compões no mesmo tempo, encontra seu predicado que vai formando seus objetos, diretos ou indiretos, na busca de sua coordenação sem subordinação. Predicativos adjetivando sujeitos ou objetos, em sua próprria oração. Como falar das conseguências de um predicado verbal se mal conjugado?
Encontro nos pretéritos os erros para transformar um presente em mais que perfeito, não voltando a ser o imperfeito que meu tempo deduz. Futuros se conjugam no hoje e transfomam-se em futuros do presente.

Escrevendo... Escrevendo...
E rasgando os papéis.
Procurando palavras para traduzir o que não tem explicação.

Termos essências, integrantes ou acessórios de uma mesma oração. Tanta definição procuro para as coisas que não têm explicação. Meus complementos não precisam ser nominais, apenas saber que os verbais no mesmo tempo estão. Entre apostos a explicação de tudo que segue sem explicação...



Mais papéis indo pro lixo, pois os adjuntos nem pro verbo nem pro nome foram escritos. Depois do medo do vocativo agora transformo meu termo em imperativo.
Confusas essas minhas análises que agora já nem sabem se não gramaticais ou sintáticas.
Mas morfológicas assim como eu, isso elas são. Ora se são... Redundantes e irrelevantes, me confundem na hora de colocar os artigos, substantivos ou pronomes.

Também...
Eu estou escrevendo... Escrevendo...
          Procurando palavras para traduzir o que não tem explicação!



  Definindo as indefinições dos meus artigos, 'adjuntando' nos adverbios do meu tempo...
Conjuntando prepositivamente e...

Escrevendo... rasgando os papéis.
Procurando palavras para traduzir o que não tem explicação.



Se numerais entram pra confundir minha cabeça, já troco a matéria e troco a caneta...na avaliação ou na correção, as cores do vermelho se misturam com o azul pra notificar, aprovando ou não... Nas obras que faço construíndo ou reformando, gramatica ou ortagráficamente, deixo as análises para depois das conjunções consecutivas...

Desisto de rasgar meu papéis e gastar meus pincéis, continuarei apenas sentindo.
O que se sente não tem explicação.
Não espere que minha boca professe ou que meus dedos traduzam. Olhe em meus olhos para sentir comigo ou você mesmo deduza.



Com o olhar fixo no horizonte vejo uma mar imenso de palavras que não se encontram
E aqui encerro a minha oração, deixando a quem me lê esta louca confusão e paro de tentar procurar palavras para se traduzir o que não tem explicação.



Por Deyvid Guedes em 16 de setembro de 2011

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Hoje eu acordei pra mais um dia, um dia qualquer - pensava eu. Mas derrepente me olhei no espelho e não gostei nada do que vi. Um olhar fraco, triste, cansado...marcas de expressão contornavam um olhar de apenas vinte e cinco anos de vida. Na boca faltava um sorriso. Aquele sorriso tão característico. Sem perceber aquele olhar foi penetrando e quando menos esperei eu me via como numa câmara de raio-x.
Que cabeça confusa, que monte de pensamentos, imagens, palavras...quanta informação corria entre aquele conjunto de neurônios que cobriam a massa cinzenta, e esta por sua vez, parecia trabalhar exaustivamente há dias sem um descanso sequer. Parecia tão cansada mas não deixava de trabalhar...pulsava como um tambor recebendo porradas. E era bem isso que a grande massa vinha e vem recebendo há um bom tempo. Já se irritara várias vezes com a vida que não cansa de lhe flagelar e sem suportar tudo sozinha joga grande parte das agressões que recebe na conta de uma pequena massa vermelha que funciona logo abaixo dela.
Um coração magoado, sofrido, que já não sente mais vontade nenhuma de continuar trabalhando como um escravo recebendo tanto açoite.
Voltei a olhar-me nos olhos ainda enxergando tudo pelo lado de dentro e não reconheci naquele espelho o homem que eu conhecia de anos e anos. Foi então que lembrei-me do que me havia feito acordar daquele jeito... Era triste admitir, mas eu já não me sentia mais tão homem assim.Um lixo! Era isso que eu enxergava naquele reflexo. Mentia para mim mesmo e para os outros que era feliz, mas ninguém nunca me enxergou da forma que eu estava me enxergando naquele momento. Por dentro deixei acumular sujeiras, poeira, morfo... Como num guarda-roupas bagunçado que não é arrumado há muito tempo pelo seu dono. E...uma lágrima desvencilhou-se daquele olhar...parecia o fim para mim. Não tinha mais o que piorar naquele semblante tão maltratado e destruído. Alguém já teve a sensação de não se sentir um ser humano? Alguém já se olhou no espelho e teve a sensação de enxergar um nada? Um vazio? Realmente na minha frente não estava aquele homem que eu conhecia.
Fiquei ali ainda por alguns segundos ou minutos...sei lá!Qualquer tempo que se passou foram eternos enquanto as lágrimas iam me lavando os olhos. E enquanto rolavam pelo meu rosto e corpo, pareciam levar consigo uma infinidade de sujeiras que se acumulou durante muito tempo, pois quando tocavam o chão já estavam negras.
Olhava aquilo e não podia acreditar que tudo aquilo saía de mim. Mais uma vez lembrei-me do guarda-roupas cheio de sujeiras. E era isso! Era isso que estava me deixando tão sujo. As sujeiras que eu vinha guardando de longas caminhadas. Poeira, lama, lixo...o que eu encontrava em meu caminho guardava em minha mochila e trazia pra casa. Aqui eu jogava tudo dentro do meu guarda-roupas e acabava por sujar as minhas roupas...meus saparos...meus acessórios...
Papéis passados, lixo acumulado, roupas sujas, parasitas...era disso que eu estava enchendo o meu quarto. O que era azul tornou-se cinza, negro, sem vida, sem cor... A bagagem já está pesada demais e agora eu já não posso mais carregá-la. Aquele cara do espelho não podia continuar assim.Sufocado entre dores e sofrimentos que não lhe pertencem...


Foi então que eu decidi. Hoje é o dia da faxina geral no meu guarda-roupas...
Comecei pelos papéis passados já que acumulavam traças que por sua vez já avançavam para minhas roupas. Retirei de lá toda a sujeira de rancor que se apossava dos meus casacos, a depressão que envolvia meus bonés e me pesavam a cabeça também foi retirada com prioridade. Os medos entre minhas calças foram sendo eliminados pouco a pouco. As mentiras estampadas em minhas blusas foram perdendo suas formas. O ódio não tem  mais lugar nas minhas gavetas, raiva e rancor também não. Mas o que foi mais difícil mesmo foram as pedras acumuladas em meus calçados. Tantas pedras pesadas que fui encontrando no caminho, muito pesadas e difíceis de transportar, mas eu precisava retirá-las daqui. Não há mais lugar para elas aqui. Ou elas ou eu...

E assim fui fazendo uma nova arrumação no guarda-roupas da minha vida.
Novas roupas, novos calçados, tudo limpo e com cheiro de novo. Decidi que não quero mais trazer para dentro dele coisas que não vão me acrescentar em nada e só vai torná-lo cada vez mais sujo e pesado. Hoje foi o dia de retirar de dentro dele, inclusive, minha felicidade, que estava suprimida debaixo das pedras dos meus sapatos. Esta eu estampei em meu peito e agora vai andar sempre comigo, porque hoje é o meu dia de ser feliz, e quero que esse dia se repita por todos os outros restantes em minha vida. Gavetas guardando boas lembranças, calças perfumadas de amor, casacos cheios de honestidade, bonés com paz e tranquilidade pra cabeça, blusas com educação e respeito e aos meus pés carinho e atenção.

O espelho? Quebrei, também não estava me fazendo bem. Não refletia o que eu precisava enxergar. Encontrei um outro onde eu olho e consigo me enxergar de verdade. Enxergo quem eu realmente sou...

Ousaria mudar o início deste texto e dizer que hoje eu acordei o homem mais feliz do mundo. Eu apenas não tinha descoberto isso ainda...

E esse sorriso?
Que continue com essa sinceridade enquanto em mim ouver o sopro da vida.



por Deyvid Guedes em 13 de setembro de 2011

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Sem sentido...

      Anda tudo muito louco!!!

      Será que inverteram a alavanca de rotação da Terra?



      Quem deveria nos defender são as pessoas que mais nos causam medo. Bandidos de fardas estão soltos por aí sendo sustentados pelo nosso dinheiro e tirando a vida de quem faz Justiça.


      O parlamento cheio de dinheiro público na cueca vota todo mês, se duvidar, para aumentar seus salários em 200% ou 300%, mas o salário mínimo é debatido em milhões de sessões e negado com a justificativa de que causará um rombo nos cofres públicos.

      As regras são claras! Elas só não servem pra quem as cria!




       A liberdade de expressão aprisiona o povo, e quem quer ser livre sofre com a dor do preconceito! Será que a Lei Áurea não foi o fim da escravidão? Isabel assinou a lápis e apagaram? Onde está a liberdade?
      Precisamos de leis áureas para idosos? Deficientes físicos? Portadores de down? Homossexuais? Prostitutas? Pobres? Assalariados? Cristãos? Espíritas? Budistas? (...)


       O Projeto Genoma veio provar que não há diferenças entre o DNA de pessoas de etnias diferentes. E o que isso nos acrescentou?

     


      Todos diferentes e todos iguais!!!

      Mas e daí?

      Quando vamos aprender a conviver com a semelhança de nossas diferenças?

      Tá tudo girando ao contrário!
      Deus nos criou seres tão evoluídos e com o tempo estamos regredindo... Será que criaremos pêlos e nos tornaremos quadrúpedes com o passar de mais alguns anos?


Por Deyvid Guedes em 26 de agosto de 2011

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Vida cruel...

Uma proposta...
Duas possíveis respostas.
Sim e não!

Milhões de dúvidas:

Eu quero! Não posso! Será? Não vai dar certo! Sim! Não!
Podemos tentar! Melhor assim! Podemos ter mais!
Não quero arriscar!
Quando? Gostaria muito! Não sei se devo! E agora? E amanhã?
Como vai ser? Não sei o que dizer! Talvez seja a chance!
Talvez seja loucura!
O que vão dizer? O que vão pensar? Talvez seja o melhor a fazer!
Talvez seja um erro...




Uma proposta.
Duas simples possíveis respostas...

Um infinito de dúvidas!!!





Por Deyvid Guedes em 06 de setembro de 2011

terça-feira, 6 de setembro de 2011

"[IN]Dependência..."

      Não te quero mais, mas já não consigo mais viver sem você. Me fazes bem e isso me faz mal.
      Nas noites de angústia és o meu melhor companheiro enquanto o sono não vem.... Quando o frio se aproxima és o meu melhor cobertor. Fui eu quem te procurou, mas foste tú que me conquistastes e hoje sou dependente de ti.
      Me fazes bem e isso me faz mal...

      Ouves meus lamentos. Sorri comigo na miha alegria. Queres minha companhia para a vida toda, mas eu tenho medo e insisto em deixá-lo para trás...

      Me relaxas, me acalmas, me aquietas... Sua presença faz-me sentir outra pessoa. Me fazes tão bem e isso me deixa mal...

      Luto! Tento! Desvio o olhar...mas sempre volto a pensar em ti. Às vezes penso em tê-lo até que a morte nos separe. Mas sei que essa não seria a melhor escolha.


     Sei que não deveria tratá-lo com tantas palavras carinhosas. Mas é assim que hoje me fazes sentir, e eu não consigo olhá-lo de outra forma. Eu preciso aprender a não desistir...

      Continuarei tentando... Continuarei fugindo de mim mesmo ti ...

      Cada um tem o seu. E você é o meu! Que me aprisiona a você e não me permite mais ser eu mesmo sozinho...
   

É difícil pra mim assumir
Mas hoje eu preciso de ti!



Por Deyvid Guedes em 06 de setembro de 2011

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

"Céu azul é telhado do mundo inteiro" (O Teatro Mágico)

Meu telhado é azul...
Meu chão é azul...
Minhas paredes são azuis...
E eu?
Me visto de azul, tentando me camuflar dentro da minha própria casa.
Fecho minhas portas pro mundo e desejo
que ninguém me descubra aqui...


Sinto medo... Angústia... Aflição...
E ninguém me nota aqui!
Quando estou feliz, todos percebem lá de fora
e não entendem o porquê de tanto brilho neste azul
Me invejam!
Mas quando me entristeço, poucos são os que tem
a sensibilidade de me sentir aqui, retraído em meu canto anil.
A maioria que por mim passa sequer me nota.
Fico invisível para evitar alardes..

Mas também...quem se importa?

Eu sei... Sei quem se importa...
Isso basta!






Por Deyvid Guedes em 05 de setembro de 2011