quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Humanidade de Deus

Eu olhava Cristo nos olhos...
Era estranho, mas eu conseguia sentir a Humanidade de Deus. Sempre gostei de ressaltar muito estas palavras durantes os encontros com o Catecumenato, a Humanidade de Deus. Mas naquele dia eu descobri o que realmente significavam estes signos que saiam de minha boca apenas como teoria, e nunca com o que eu realmente sabia sobre a Humanidade de Deus. Descobri que eu não sabia nada sobre este Deus tão humano. Acabara de desvendar seus mistérios naquele momento.

Me senti mal. Meu Deus tão fraco ali na minha frente. Meu alicerce, minha força... desmoronando. Quase desabei junto. Meu olhar fixo no seu olhar queria falar, mas mais do que isso, meu olhar sentia... Minha boca não se mexia, mas meus olhos amavam. Era o mínimo que eu podia fazer. Amar. E amei... Quando tentei falar machuquei... e só então percebi que a força do meu Humano Deus dependia de mim. Assim como minhas forças dependem dele...

Tão Deus... Tão Humano...

Não queria mais estar ali. Tentei fugir. Tive medo de que minha fraqueza fosse a fraqueza de Deus. Tive medo de que minha culpa enfraquecesse meu Deus. Mas não. Eu precisava estar ali. O meu Cristo precisava de mim ali. Minhas palavras não fariam sentido, mas o pulsar do meu coração dizia tudo.
Pude sentir o coração de Cristo batendo dentro do meu. Não queria mais me afastar dali. E mais uma vez eu fui ao céu vestido de inferno. Desviei o olhar...meu coração chorou...tive medo de magoar o meu Cristo...e magoei... Mas em seu olhar mais uma vez encontrei o perdão. Perdão instantâneo. Só quem ama sabe o que é.

Amor verdadeiro. Amor sublime. O mais puro que existe dentro da palavra amor. Não o amor banalizado que se perde por aí... Mas Amor!

Senti-me amado. Senti-me querido. Senti-me importante. Importante na vida do meu Deus Homem. Do meu Humano Deus. Do meu Deus que quer se mostrar cada vez mais próximo de mim, e nunca distante.

Senti a Humanidade de Deus e me senti muito mais humano.
Experiência única!
A cada dia mais próximo do Pai, graças ao meu Cristo. O Humano Deus...

Eu olhava Cristo nos olhos...
Era estranho, mas eu conseguia sentir a Humanidade de Deus...

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Perdi um amigo...

Há quatro anos eu fui perdendo um amigo...


E não foi um amigo qualquer.Hoje eu tenho a certeza de que o título de melhor amigo não cabe a outra pessoa... Ninguém me entende tanto. Ninguém me conhece tanto .Qualidades e defeitos. Ninguém sabe tanto da minha vida, coisas boas ou as besteiras que já fiz por aí. Aliás, ninguém fez tanta besteira junto comigo...

Perdi meu melhor amigo pro tempo e pra rotina... Tempo que não nos sobrava. Tempo que parece a todo momento estar contra nós. Tempo que não encontrávamos. Rotina que cansa. Rotina que sufoca. Rotina que, como um parasita, levava todo nosso sangue. Tempo e rotina que nos separava cada vez mais...

Perdi meu melhor amigo pras horas de trabalho. Perdi meu melhor amigo pra dedicação total a uma vida de estudos. Perdi meu melhor amigo pras noites em claro nos estágios. Perdi meu melhor amigo pros meus dias de serviço de pernoite. Até que percebi que de tão perto vivíamos tão longe. Os menos de dois quilômetros que separavam minha casa da dele parecia um abismo. Então perdi meu melhor amigo e ganhei o meu melhor amigo virtual. É, isso mesmo, pois nossas conversas se resumiam a telefonemas e conversas por um programa de mensagem instantânea. Mas seu tempo e sua rotina, assim como o meu, não eram coisas fáceis de se lidar. Sofria com ele. A cada nova notícia, a cada novo sacrifício, a cada nova barreira, a cada etapa vencida... E me sentia mal ao ter que cobrar sua presença em minha vida, pois sabia que sua ausência não era por seu querer. Mas eu o fazia. Fazia falta... Ainda faz muita falta... Meu trabalho também nunca ajudou muito, então eu também tinha uma parcela de culpa. Foram nossas escolhas. Isso na verdade que me afastou do meu melhor amigo virtual. Certas escolhas requer certos sacrifícios, e se não forem realmente sacrifícios talvez as escolhas não valham a pena... E a tal distância que nos separava tornou-se ainda maior quando eu vim morar em outra cidade à cento e cinquenta quilômetros de distância, por conta do meu trabalho. Nem mais um "-Alô! Tô chegando do trabalho!" "-Beleza! Te espero na esquina só pra te dar um abraço e saber como você está!"...

Meu melhor amigo virtual, numa de nossas conversas on line me convidou a encontrá-lo nesta quinta-feira, e preocupou se eu poderia ir, enfrentando uma longa viajem de duas horas apenas para vê-lo e ter que voltar com mais duas horas, pois na sexta eu teria que trabalhar. Disse que por ele faria isso... Minha namorada me questionou "-Por quê você 'tem' que ir?" "-Porque 'tenho'! Lá se foram quatro anos em que eu perdi meu melhor amigo, não é todo dia que posso vê-lo desta forma." Acho que ela compreendeu.

Nesta noite, o tão esperado dia, tudo conspirava contra nós. Acordado desde as 03h45 trabalhando, passagens compradas, não consegui sair na hora do serviço, quase perco o ônibus (o único que me faria chegar no horário), desço de um pego outro, um engarrafamento me agonia, desço no caminho, passo por um lugar nada habitado para tentar pegar uma outra condução que passe por outra rota...minhas unhas já não estão mais nas minhas mãos... celular descarregou...A hora marcada se aproxima e temo não chegar a tempo. Peço a Deus. Meu melhor amigo virtual não poderia se decepcionar comigo, eu prometi!

Chego no lugar e hora combinados. Um vidro fumê nos separa, mas ele percebe minha presença e abre o sorriso mais sincero que já vi. Ele estava lindo naquela roupa preta. Queria abraçá-lo, mas tive que me contentar com um aceno. Para minha surpresa, meu pai estava no mesmo local que nós. Também foi ver uma amiga. Sento ao seu lado e aguardamos juntos o início da cerimônia. Meu pai insiste em querer saber o porquê eu sai da cidade onde estava e enfrentei essa viajem toda para ter que voltar no mesmo dia. Eu respondia apenas que era amor...muito amor... Ele eu acho que não compreendeu. Deve ter pensado as piores coisas ao meu respeito, mas preferiu guardar pra ele. Acho que as coisas pioraram quando viu uma lágrima escapar e eu tentar enxugar rápido fingindo esconder minha emoção. Há quatro anos eu vinha perdendo um amigo. Há quatro anos eu vinha sofrendo com esse amigo. E agora, depois de quatro anos, foi muito gratificante partilhar da vitória do meu melhor amigo...

O abraço depois de tudo foi o mais apertado que pudemos trocar.... Parabenizá-lo era muito pouco pro que eu estava sentindo. O eu te amo não era novidade...

E esta noite, mas uma vez eu perdi meu amigo. Perdi meu amigo virtual. Perdi meu amigo aluno. Perdi meu amigo estagiário. Perdi meu amigo formando. E ganhei MEU MELHOR AMIGO ENFERMEIRO!!!

Valeu muito a pena esperar. Valeu muito a pena todo sacrifício. Valeu muito a pena toda a ausência. Valeu muito a pena todos os esforços. Valeu muito a pena as noites mal dormidas... Sei que valeu! Que aquela lâmpada acesa hoje jamais se apague dentro do seu coração...

Alegria incontida. Um abraço não foi o suficiente. E estar aqui às 03h02 da madrugada atualizando este blog sem saber sequer se ele vai ler, é o mínimo que posso prestar de homenagem para relaxar e extravasar um pouco da emoção...


quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Apenas navego...

Içar velas e aguardar o vento que sopra...
Derrota traçada! Mas não sou dono do meu destino. Espero o vento, Senhor Maioral, ditar as regras de que portos devo alcançar.
Non ducor, conduco. Lanço à deriva e apenas confio no meu condutor.
Não custa nada pedir que me sopre para boas terras, mas sei que nunca planeja comissões ruins. Por isso confio! Nada de tentar lutar contra a direção estipulada, para não correr o risco de ir a pique entre uma vala ou outra que aparecer...
Apenas navego...

Na esteira trago a força dos que sempre me aguardam na atracagem. À contrabordo é o amor que mantém o sorriso em meu rosto.

Timão  em minhas mãos. Leme sob o meu controle. Velas a todo pano. Agora é só esperar o vento...  Eu apenas navego... Vento que vem acariciar minha velas... Vento que vem me empurra à vante... Vento que sopra e me leva, ainda nem sei pra onde... Vento que abranda o calor... Vento que vem do horizonte...

Ah o horizonte!
A única certeza que tenho. A certeza de que o futuro é incerto. Do horizonte eu vim com o vento, e é pra lá que com ele eu volto...



E o que me espera?

Talvez um dia eu descubra! Agora apenas navego... A quantos nós, só quem pode dizer é o vento agindo em minhas velas...

Eu apenas navego...








Legenda:
Içar: Levantar
Derrota: caminho percorrido por um navio
Non ducor, conduco: Não conduzo, sou conduzido
Comissões: Missões de uma tripulação
Ir a pique: naufragar
Vala: espaço vazio entre uma onda e outra
Esteira: rasto de espuma deixado pelo navio na água
À contrabordo: do lado
À vante: para frente

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Quem sou eu sem você?

Não sei o porquê, mas eu tenho a ligeira impressão de que eu nasci com dois meses de atraso. Meu sangue negro, que na verdade era mais vermelho que qualquer outro, já me denunciava e dizia qual seria a minha paixão. Das Trevas à Luz, a explosão do universo. Essa era a minha estréia aqui neste mundo. Além de vermelho, confesso que corria um pouco de azul e verde neste sangue por causa da influência materna, mas desde o ventre já sabia onde seria meu lugar, e de lá pra cá, este que vos escreve É só sorriso!!!
É de arrepiar! Mas foi aí que tudo começou... Daí em diante foi só viajar pelo mundo da fantasia, como um cigano, E a magia da sorte chegou. Chegou com Amor, sublime amor. Amor em caminhar pelas mais fantásticas histórias de pessoas quem antes eu sequer conhecia e passei a amar e cantar. Cantar como Bibi, uma homenagem ao teatro brasileiro, onde eu pude entender um pouco da arte atrás dos palcos. Conhecer um pouco da história brasileira através de Anita Garibaldi, Heroína das sete magias. E como não dar um Bravo! Bravíssimo! À Dercy Gonçalves, o retrato de um povo ? Show de popularidade e irreverência, que até bem pouco nos animava com sua simplicidade e humor. Sofrer e chorar junto com Orfeu, o negro do carnaval. E ainda conhecer a história da crioula que veio do oriente, atravessando a mongólia e toda a europa para chegar aqui, e depois de escrava se tornar Tereza de Benguela, uma rainha negra no Pantanal.  E ainda se encantar com O rei e os três espantos de Debret.
Mas nem só por vidas fui nessas minhas viagens. Vale o escrito, e como nunca tive muitas condições para me deslocar por aí em minhas férias, foi através das letras que me encantei com esta Aquarela do Brasil.. Dessa forma, como os Mercadores e Mascates, que por aqui se esbaldaram, fui eu me infiltrando por este Brasil, visões de paraísos e infernos.Fortalecendo minha fé, Pedi pra parar, e parou,acabei parando no Círio de Nazaré.Sonho realizado. A fé de um povo experimetada. Alma lavada! E por falar em alma lavada, tive que Virar o jogo e conhecer todo o sincretismo da Bahia, pura energia. E claro que esta teve um sabor bem especial! Tinha gosto do pecado, ou melhor, dos Sete pecados capitais. Quem nunca exagerou uma vez sequer que atire a primeira pedra...
Arquitetando folia lá fui eu, saindo de nossas terras e ganhando o mundo, pois sou Viramundo e nesta folia sou o Rei do mundo. Tudo isso para conhecer o México, o paraíso das cores sobre o signo do sol

".E o porque desde título?" Vocês devem estar se perguntando. Primeiro porque eu sem você, meu querido leitor, não sou nada... E porque em breve teremos a oportunidade de se deliciar com um povo que mais uma vez se une para mostrar para que veio e onde é o lugar que deve ficar. Ou melhor, de onde nunca deveria ter saído... Para isso mais uma viagem onde veremos que dependemos sim da união e força de um povo!!!
 
Que venha 2011!!!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRES Unidos do Viradouro
 
1989 - Mercadores e Mascates
1990 - Vale o escrito
1991 - Bravo! Bravíssimo! Dercy Gonçalves, o retrato de um povo
1992 - E a magia da sorte chegou
1993 - Amor Sublime Amor
1994 - Tereza de Benguela, uma rainha negra no Pantanal
1995 - O rei e os três espantos de Debret
1996 - Aquarela do Brasil no ano 2000
1997 - Trevas! Luz! A explosão do Universo
1998 - Orfeu, o negro do carnaval
1999 - Anita Garibaldi, Heroína das sete magias
2000 - Brasil Visões de Paraísos e infernos
2001 - Os sete pecados capitais
2002 - Viradouro Vira mundo, Rei do mundo
2003 - A Viradouro Canta e conta Bibi, uma homenagem ao teatro brasileiro
2004 - Pediu pra parar parou, com a Viradouro eu vou pro Círio de Nazaré
2005 - A Viradouro é só sorriso
2006 - Arquitetando folia
2007 - A Viradouro Vira o jogo
2008 - É de Arrepiar
2009 - Vira bahia, pura energia
2010 - México, o paraíso das cores sob o signo do sol
2011 - Quem sou eu sem você





(por Deyvid Guedes, esquentando os tamborins sem deixar o sentimento acabar!!!)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Carta a um amigo

São Pedro da Aldeia, 20 de julho de 2010

     Amigo, voltei a encontrar-me com Deus...

     Na verdade dessa vez eu não fui até Ele, mas Ele veio ao meu encontro, e confesso que demorei pra perceber que estava falando comigo. Começou me dizendo que eu poderia chamá-lo da maneira que quisesse. Que essa história de Todo Poderoso, Senhor dos senhores e demais adjetivos a Ele atribuídos era coisa nossa, humanos. Ele não quer, e nunca quis, estar no topo de nossas vidas, como um objeto de valor que é taxado como o mais caro e por isso tem que vir primeiro. Tampouco ser rotulado o Supremo a quem temos a obrigação de prestar qualquer tipo de agradecimento. Ele me disse que sempre quis estar no meio de nossas vidas, e que, independente da ordem de importância das coisas que eu faça, Ele quer estar no centro de tudo. Basta que eu me permitar agir por Ele. E isso acabou interferindo na minha maneira de chamá-lo. Sempre o vi como Pai, mas porque todos o chamam assim, e Ele também me explicou que isso vem de há muito tempo, pois o homem, geralmente, sente a carência afetiva de um pai. É de se notar que na maioria das vezes os laços que unem mãe e filho são bem mais atados...
     Optei por chamá-lo de Irmão... Meu Irmão! Talvez o irmão, confidente, do mesmo sexo que eu não tive. Ou talvez pela falta de um verdadeiro relacionamento de irmãos, que eu nunca tive com minha irmã, mas este é um assunto para outra carta...
     Meu Irmão foi me mostrando a necessidade de uma relação de Amor. Um Amor sem expectativas. Com total desprendimento. Carinho e respeito. A partir do momento que eu me relaciono com uma pessoa e crio expectativas, eu não me permito amá-la no sentido mais puro da palavra. Vejamos um bom exemplo: Eu sempre busco estar próximo dos meus amigos nos momentos importantes de suas vidas. Sobretudo em seus aniversários, que eu julgo ser um momento importantíssimo na vida de cada um. Se eu crio uma expectativa, desta minha relação de preocupação em estar perto, vou me decepcionar, se no meu aniversário algum deles, por qualquer motivo que seja, esquecer de me felicitar pelo dia. A decpção é o fruto da expectativa que eu crio, e me impede de amar por inteiro...
     Sempre me perguntei e dessa vez decidi perguntar ao Meu Irmão. Como podia Ele, nos amar tanto e permitir que tantas coisas ruins nos acontecessem. Até que eu percebi que as coisas que julgamos serem ruins não são obras dEle, e sim consequências do que, nós homens, viemos gerando ao longo de muito anos, vivendo a nossa independência. Ser livre não significa ser independente. Dependemos sim, daquela relação de Amor que já fora citada antes e, a falsa sansação de liberdade nos torna seres independentes do verdadeiro amor e escravos das armadilhas do egoísmo. E eu na minha humilde humanidade ou humana humildade, não entendia ainda porque Ele, sendo Deus não intervinha em tantas catástrofes e tragédias q nos assolam, já que é o próprio Amor. Então, Meu Irmão me mostrou, que se pudéssemos ver a quantidade de males dos quais já fomos livrados por Tuas mãos, entenderíamos a imensidão do Amor. Porém intervir nas atitudes humanas é tirar de nós a dádiva do livre-arbítrio. Desta forma não viveríamos por nós mesmos, e sim da maneira que Ele quer, e esta não é sua intenção.
      Mas se Ele nos ama e sempre está conosco, como pode nos abandonar? "Eloim sabactani?" Essas palavras sempre ressoaram em meu coração como uma situação de total abandono... Como podia Deus, abandonar seu próprio Filho, ou melhor, Ele mesmo feito homem, em um momento de tamanha dor, que era a cruz? Fiquei pasmo no momento em que Meu Irmão me mostrou seus punhos. Então ele estava tentando me dizer que não abandonou Jesus naquele momento, mas sim que estava com Ele. Porque Jesus gritara "Pai, por que me abandonaste?" Foi difícil entender que o Pai, o Filho e o Espírito não podem nunca se separar, e que naquele momento ali Deus não estava sentado em seu trono no céu, como eu sempre imaginei, e sim estava sendo crucificado junto com o Filho. A expressão de Jesus vem de encontro a sua realidade humana, e assim como qualquer um de nós ele também se sentiu abandonado pelo Pai no momento em que sentiu a dor. Mas Meu Irmão me contou da tamanha emoção que sentiu no momento em que Jesus Lhe entrega o Seu Espírito. Mais uma vez estava sendo consumada a relação de Amor entre os três, e a Certeza superou toda a dor humana.
     Fui levado por Meu Irmão até um lugar onde eu comecei a visualizar toda a minha família. Via meu pai, minha mãe, minha irmã, minha sobrinha... Até que Ele me disse que eu deveria escolher uma pessoa que deveria ser condenada ao inferno. Não entendi o que estava querendo dizer com tal afirmação, até que toda aquela magia do encontro começou a se tranformar num pesadelo. Ele disse que naquele momento eu deveria escolher entre a minha sobrinha, que entrou na minha vida há um pouco mais de 3 anos, minha mãe, que já fez muita besteira e já me deu muita dor de cabeça, minha irmã, que assim como minha mãe já andou me tirando muito o sono, e meu pai, que já nos fez muito sofrer, para condenar apenas um ao fogo eterno. Gelei dos pés a cabeça. Eu jamais poderia me imaginar nessa situação. Julgando alguém. E o que é pior, julgando um dos meus... Minhas lágrimas rolavam, meu copro tremulava, minha cabeça balançava em sinal negativo enquanto Meu Irmão insistia para que eu escolhesse apenas um. Mesmo com tantos motivos eu não poderia jamais desejar o pior castigo que fosse para qualquer uma daquelas pessoas... Ele insistia e eu cada vez mais tomado pela agonia não conseguia conter tamanha dor em meu coração. Até que num grito de desabafo, ou desespero, eu pedi que me condenasse. Que se alguém mesmo tivesse que ir para o tal inferno que este alguém fosse eu mesmo e nenhuma daquelas pessoas ali sofressem com minha escolha... Meu Irmão sorriu! E  eu me desperei ainda mais... Como podia Ele, depois de tantas lições de amor, poder me colocar em xeque assim e ainda sorrir pelo meu desespero? Ao perceber meu pensamento me olhou nos olhos e disse que eu estava começando a entender a verdadeira dinâmica do Amor, e que a partir de agora eu só precisava sentir este mesmo Amor sem distinção e não mais julgar Deus como um cruel carrasco que se diverte conosco, humanos, de um trono bem longe lá no céu. Quando percebi que niguém seria condenado por mim, lágrimas de gratidão e alívio rolaram por meu rosto. Passei a compreender o que há muito eu mesmo julgava e não compreendia. A tal jutiça de Deus, que muitos insistem em lançar pelos ares como se fosse muito simples, quando na verdade os juízes somos nós...
     Pra completar me mostrou que sua verdadeira Igreja só caminhará ao seu encontro a partir do momento em que passar a Amar e não julgar...
     Passada esta experiência chegou um momento em que Meu Irmão me disse ser talvez o mais importante daquele encontro de Amor. Era hora de aprender a perdoar e ser perdoado. É inútil querer viver o Amor sem viver o perdão. Amor sem perdão é um amor falso, uma hipocrisia. E não apenas reconhecer minhas faltas e pedir perdão, mas o que pode ser mais difícil, entender que somos humanos, falhos, e perceber que todos podemos errar e assim da mesma forma todos merecemos perdão.  Era extremamente incomodo rever as feridas em meu coração. Na verdade, cravos fincados por mim mesmo que me sufocavam ao ponto de não me permitir amar por inteiro. Pessoas que me magoaram e eu não consegui perdoar, pessoas que eu magoei e não consigo pedir perdão... Realmente a cura por inteiro precisa de muita disponibilidade da alma, mas a recompensa é tamanha. Acreditem!!!

    É meu amigo, passar pela experiência de estar na presença de Deus mais uma vez é a cada dia mais magnífico, e desta última me deixou em um estado de êxtase que até agora eu não consigo explicar, mas a alegria tomou conta do meu coração. Espero nunca esquecer de cada palavra proferida da boca de Deus, e eu só tenho a agradecer a você, Meu Irmão, que me proporcionou esta viajem para dentro de mim mesmo em um momento em que muito precisava refletir em cada uma dessas palavras...
Eu te amo!
Obrigado por existir em minha vida!!!

Deyvid Guedes

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Hoje eu conversei com Deus...


Foi estranho! Outras pessoas também conversavam com Ele, então eu esperei um momento em que Deus pudesse me dar atenção exclusiva...
Eu estava meio nervoso, quase desisti de entrar na sala onde Deus me atenderia. Via o ponteiro girar cada vez mais rápido, e nada de Deus ter um tempo só pra mim. Minha impaciência transformara-se em agonia, e eu já desejava não mais estar ali. Senti medo do que Deus pensaria das coisas que eu tinha pra dizer, medo de qual seria a reação de Deus, medo de não ter coragem de dizer tudo o que eu tinha realmente pra dizer... Eu sequer teria a ousadia de olhar Deus nos olhos.
Até que eu entrei onde Deus me esperava. Aquele lugar só podia ser um pedaço do céu, e eu ali, vestido de inferno ainda pensei em não dar o segundo passo. Mas Deus com um sorriso ímpar me convidava a sentar-se ao seu lado.
Como era de se esperar, eu não olhava em Seus olhos. Sua divindade ofuscava minha humanidade, e não me permitia levantar a cabeça. Mas mesmo assim eu comecei a dizer o que eu tinha para Lhe falar.
Falei de tudo o que me oprimia. Falei do que me desanimava. Falei das coisas que ao longo do meu percurso me faziam estar cada vez mais longe daquela doce presença... Apesar de tanto medo eu fui ficando à vontade para falar de tudo! Quando dei por mim Ele não só me ouvia, mas também fazia perguntas dos detalhes...
Era um pouco incômodo, porque a essa altura eu já O olhava nos olhos, e a profundidade daquele olhar me atravessava a alma... Não conseguia entender o porquê de tantas perguntas, já que Ele sabia todas as respostas. Confesso que por mais um instante eu voltei a ter medo de Deus. Meus olhos se enchiam de lágrimas e eu desabafava coisas da alma que acho que nem eu mesmo sabia que me incomodavam tanto. E todo aquele medo se dissipou quando fui surpreendido por um abraço.

Não! Não era o abraço de um amigo, não era o abraço de um irmão, não era o braço da minha namorada, não era o abraço do meu pai e nem sequer o da minha mãe...

Era "O" abraço!

Era o abraço de Deus!
Me envolvia de tal forma que, nem se eu quisesse, conseguiria fugir. Sem forças, tornei-me prisioneiro dos braços que me acolhiam e me faziam voltar a sentir-me mais humano. Um êxtase tomou conta de minh'alma e por questão de segundos eu senti a eternidade do abraço de Deus. E já não mais queria pensar em outra coisa a não ser sentir aquele abraço pra sempre, que vinha acompanhado de palavras tão suaves que soavam como músicas ao meu ouvido.

Voltei a sentar-me diante do Meu Deus... e agora era a minha vez de ouví-lo!
Fui ficando cada vez mais à vontade. Ouví-lo era confortante demais! 
Deus me perguntou se eu não tinha mais nada para dizer...e eu repondi que não. Então Ele me pediu para pensar um pouquinho mais e voltar outro dia, porque ele tinha certeza que eu tinha muito mais coisas para Lhe apresentar além de minhas faltas, angústias e medo. Ele me disse que sabia que eu teria muita coisa boa para Lhe dizer mas que eu estava apenas me preocupando e contar as "coisas pequenas". Eu não poderia deixar que tais coisas me humilhassem e me fizessem sentir tão inútil, pois dessa forma eu apenas dava mais atenção a elas do que as coisas que realmente importavam para Ele. Então eu comecei a tentar falar, mas Deus me impediu... Disse que se eu comessasse a contar àquela hora eu não voltaria, e que o mais importante seria a minha volta. Sem medo, sem culpa, sem aquele olhar depressivo que eu entrei naquele lugar, sem aquele meu semblante que me tornava o pior homem da face da Terra... Deus me pediu mais de mim! Que eu me valorizasse por quem eu realmente sou! Que eu provasse para mim mesmo que eu sou melhor do que eu penso! Que eu começasse a refletir e descobrir o "grande homem" que sou! E não colocasse minhas faltas acima das minhas virtudes, e que só dessa forma eu encontraria realmente valor em minha vida...

Foi a experiência mais fantástica que vivi até os dias de hoje! E ao sair Deus se despediu com as seguintes palavras:

"Muito obrigado por ter vindo até Mim! Você não sabe o bem que hoje Me fez!!!"



(por Deyvid Guedes, em 29 de junho de 2010)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Déjà vu


Pare...
Sangue, água, calor, força, algo me empurrando, uma luz, ouço vozes, quero chorar...
Chegou minha hora! Acho que serei bem vindo!


Pare...
Consegui me levantar sozinho. Seguro uma mesa, vejo uma luminária, a televisão do lado esquerdo, a porta da cozinha do lado direito, meu pai de braços abertos me esperando ir ao seu encontro...
Já senti essa segurança antes! Posso prosseguir que ele não em deixará cair!

Pare...
Aquelas crianças, uma gritaria, vejo o parquinho, uma mulher na porta me espera com um sorriso parecendo querer ser simpática...
Sei que já estive ali antes, mas não quero soltar as mãos da minha mãe, pois sei também que ao me distrair ela vai desaparecer...

Pare...
Buracos na rua, uma ladeira, um carro parado, meu primo pedalando ao meu lado...
A qualquer momento meu pai vai largar este banco, eu tenho certeza, mas não posso olhar pra trás. Eu vou conseguir!

Pare...
Um aperto no peito, minhas mãos estão suando, respiração ofegante, lábios gelados...
Alguém acaba de partir, sem ter tempo de se despedir...

Pare...
Esse perfume, o geladinho do ar condicionado, a escada rolante, cartazes de filmes, ninguém a nossa volta e ela me olhando nos olhos...
Sei que ela quer me beijar! Chegou a hora, não custa nada tentar!

Pare...
Estou no meu quarto e vejo a porta da sala, o rapaz sentado, minha irmã de pé e eu não quero que meu pai entre naquela cena com um papel na mão...
Apareceu!
Sobe um arrepio, quero correr, gritar, figir, mas me acalmo... Mais um anjo que acaba de chegar!

Pare...
O telefone no trabalho toca... Estou sentindo aquele calafrio, revendo a mesa, os papéis e a caneta no mesmo lugar. Não quero atender, mas sei que alguém entrará pela porta e o fará por mim.
Do outro lado da linha alguém tenta me acalmar, mas não adianta, eu sei que não é tão simples assim.
Mas graças ao anjinho tudo terminou!

Pare...
Sangue, estou ressecando, sinto frio, estou fraco, algo me puxando, as vozes estão cada vez mais longe, não tenho força nem para chorar...
É chegada a minha hora!
Acho que cumpi bem minha missão...

terça-feira, 22 de junho de 2010


Daqui do horizonte eu avistei o menino na beira da praia... Eu até queria brincar com ele, que dentre uma onda e outra levantava sempre com um sorriso único no rosto. Resolvi ficar de longe e observar a magnitude daquela alegria sublime.

Pelo estado de suas roupas, que deixara na areia, parecia não trocá-las há um bom tempo. Mas isso não parecia preocupá-lo. Não naquele momento...

Aquilo na verdade era um banho...naquela água salgada, que deveria ser a única ao seu alcance, lavava seu corpo... lavava sua alma... Outras crianças banhavam-se no mesmo mar, mas aconselhadas por seus pais, não ousavam chegar perto do menino. E ele parecia também não se importar com isso, aliás, naquele momento não parecia se preocupar com nada que estivesse a sua volta. Ele tinha pressa. Era como os noivos que se preparam pro tão sonhado dia. Parecia não se conter.

Do horizonte eu via aquilo tudo e não conseguia entender como alguém, que deve até mesmo desconhecer a existência dos seus genitores,poderia sentir tamanha alegria. Continuei a observar e não ousava fazer qualquer barulho para não atrapalhar aquele ritual, que se transformara em um momento mágico.

Com um pouco de dificuldade ele sai da água e segue na direção de um casal que quase adormecia na areia, deitados sob a luz do astro-rei. Ao perceberem a atitude do pequeno rapaz, trataram logo de passar seus pertences para trás dos seus corpos como se formassem uma barreira de proteção. Mas foram surpreendidos com a pergunta: "Tio, você pode me dizer a hora, por favor?" O moço responde, e num agradecimento corrido o menino volta para junto de suas roupas. Uma bermuda surrada, que um dia já havia sido calça, uma sandália tão gasta que sequer protegia seu calcanhar do chão. A blusa era o que parecia ter de mais novo em sua vestimenta, mas também estava bem usada, talvez tivesse ganhado do antigo dono há pouco tempo. Ah e era das mesmas cores das roupas daquela multidão que se formava no calçadão, em volta de um daqueles quiosques...

O cara das horas poderia ter dito qualquer outra coisa pra ele, não faria diferença, ele não teria a menor noção do tempo mesmo. Mas aquela hora informada era a hora por ele esperada. Tratou de se arrumar logo e correu para junto da multidão. Com as pequenas mãos abria caminho por entre pernas e cadeiras, até conseguir um espacinho onde ele pudesse sentar-se ao chão e pudesse olhar a tela de onde ninguém tirava os olhos...

Sorria, sofria, vibrava, roía o que ainda lhe restava de unha... Até que de repete...Gritos de comemoração se misturam num barulho ensurdecedor. O menino nem vira como aconteceu, pois o balofo da mesa da frente levantara segundos antes para comemorar por antecipação, e tapara toda a tela... Mas isso também não importava... Todos pulavam... Todos gritavam... Todos comemoravam... Todos sorriam...e alguns até choravam. O menino sentiu um abraço... e outro... e outro... Todos eram apenas um! Ninguém se importava com suas roupas, com seu estado, sua origem... O menino se sentia mais humano. O menino se sentia mais gente. Era disso que ele precisava. Até já havia esquecido da fome que sentia, pois sua alegria era tamanha que ele não queria ter que se preocupar com qualquer outra coisa...

Um apito sinaliza o fim do espetáculo e o início da festa. Festa das cores, festa das raças, festa de um povo sem diferenças!!!

Logo todos iriam embora e o menino voltaria pro seu colchão de papelão, mas naquele momento ele estava feliz... A união do mundo conseguiu proporcionar-lhe 30 dias de felicidade...
(por Deyvid Guedes em 22 de junho de 2010)
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Na SUPERINTERESSANTE deste mês veio uma matéria falando sobre a Copa do Mundo e a ilusão finaceira, pois os investimentos não são supridos com o crescimento do turismo durante aquele um mês que o país que sedia a Copa recebe seus convidados. Prejuízo na certa!!!
Mas quem se importa com isso? É, eu sei, infelizmente a grande, enorme e gigante maioria se preocupa mesmo é com o bolso, mas para poucos o que importa é viver um momento de felicidade. É claro que o que eu não gostaria que se repetisse como no PAN em 2007, que foi um mês de PAZ no Rio de Janeiro e quando o PAN acabou (exatamente num domingo) na mesma madrugada de domingo para segunda uma chacina ocasionada pela incursão da polícia na favela da Rocinha acaba com 19 mortos. O PAN acabara no domingo e na segunda esta era a capa de todos os jornais do estado. Também odeio viver esta hipocrisia, mas o objetivo do meu texto neste blog hoje é ovacionar sim a Copa do Mundo, mas mais do que isso é desejar que não esperemos até 2014 ou 2016 para vivermos a PAZ e esquecermos as diferenças... Quero desejar aqui agora que a vida seja uma eterna Copa do Mundo!!!

"Then wave your flag"

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Pode me encarar... Eu sou 19 milhões... EU SOU GUERREIRO!!!


Não foi o tão temido Gianluigi Buffon, nem Kawagushi, Casillas, Howard,  Ochoa...nem sequer a nossa "muralha" Júlio César...

O título de "mão santa" da Copa do mundo 2010 vai para Luís Fabiano!!!
E olha que o juíz era francês!!!

Depois do gol, ajeitado com a mão, de Thierry Henry, contra a Irlândia, que carimbou o passaporte da França para a África do Sul, parece que a maldita (neste caso eu acho que se encaixaria melhor a palavra bendita) mão começou a perseguir nossos amigos franceses (que estão quase se igualando aos argentinos no ódio sentido pelos brasileiros). Pois foi um suposto gol de mão do México que eliminou a França (mas o gol foi legal, as bichas francesas que estão com gliter demais nas vistas) e foi um golaço de Luís Fabiano com dois toques de mão seguidos, que Stephen Lannoy(o maldito juíz que tirou Kaká do 3º jogo) e Zinédine Zidane (o maldito que estava secando da arquibancada, e saiu aplaudindo a nossa seleção... FAAAAAALLSO PRA C@#%£¢ !!! )assitiram hoje na vitória do Brasil sobre a Costa do Marfim.

Tudo bem que com aquela "arte" em campo nem o francês ousou marcar e perder a oportunidade de ver aquele golaço... Fala sério? Vc marcaria? Nem se fosse do Messi...

Continuo dizendo! Luís Fabiano e Kaká, eu acredito em vocês!
 Mesmo com o despeitado do francês tirando nosso 10 do jogo contra Portugal...ainda vem muito mais dele por aí!!!

sábado, 19 de junho de 2010

O poder das palavras...

Palavras têm força... Palavras têm poder...


A palavra tem a força de tirar as forças.
"Mamãe!" De um modo geral é esta, ou "papai", a primiera palavra que falamos, mesmo que não, fonéticamente, deste jeito. Mas a palavra sai... e eu imagino as pernas tremendo, o suor na nuca, os dedos gelados, a gagueira, querendo gritar, chamar todo mundo pra ouvir o que você acabou de ouvir... Pronto! Esta feito!!! A 1ª palavra, por nós pronunciada, faz com que aquele pequenino ser indefeso, arranque todas as forças do gigante que parecia ser tão superior. O mesmo acontece ao ouvir pela primeira vez o "eu te amo" da pessoa amada. São os mesmos sintomas ! Às vezes seguidos de lágrimas pelos mais sensíveis. Tome cuidado para não se empolgar e repetir as palavras ouvidas sem ter a certeza de que queira mesmo dizê-las. Não se esqueça do poder e força das palavras. E estas só surtiram efeito positivo se não forem pronunciadas pela boca e sim pelo coração.

As palavras têm o poder de iludir e enganar.
E se forem usadas por pessoas mal intencionadas podem causar ferimentos graves na alma... Nada fatal! Não se preocupe, porque as palavras também têm o poder de perdoar. Claro que, para que tenham efeito, precisam ser acompanhadas de doses sem medida de sinceridade.

Palavras têm força para levantar...
Tirar da lama, do buraco, por mais fundo que seja! Essas são as palavras amigas e, normalmente, vêm acompanhadas de um ombro. Transmitem toda a força necessária para superar os momentos de fraqueza.

Em contrapartida existem as palavras com força suficiente para derrubar qualquer um...
Muito cuidado com essas palavras! Evite usá-las e esteja preparado para combatê-las caso seja surpreendido. São palavras que não edificam, não têm utilidade. Essas são aquelas famosas que devem entrar por um ouvido e sair pelo outro, sem fazer qualquer parada para não correr o risco de ecoar, pois se a mente estiver vazia, elas com certeza continuaram gritando aí... Uma ótima vacina também é manter a cabeça bem ocupada com bastante segurança e alto estima. Não há crítica que derrube uma pessoa segura de si.

No mesmo grupo das palavras amigas estão aquelas que tem a força de nos dar um "apa na cara", ou um "saculejo" quando precisamos. Aí somos nós que devemos ter o scernimento necessário para não confundí-las com as palavras que querem nos derrubar. Ao contrário, estas aqui são as críticas construtivas. Nem sempre são as palavras que queremos ouvir, mas são as que precisamos ouvir.

Há ainda as palavras que tem o poder de nos fazer viajar. Juntas formam um coletivo chamado livro. Nos levam a outros lugares, outros mundos, outras épocas, eras... Nos levam a outras vidas!!! Assim como as dos livros, existem outras que nos envolvem ao ponto de nos transportar... Ganham rítmo, melodia, suingue... e passam a se chamar música...


Afeto, desafeto, amor, ódio, carinho, atenção, desleixo, verdade, mentira, sinceridade, ilusão...
As palavras nos perseguem! Têm força... Têm poder!!! As mesmas que erguem podem derrubar... depende apenas do usuário...


Palavras... Palavras... Palavras...


"Ponto, pula linha, travessão"



(por Deyvid Guedes)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Complexo Bipolar



Moro no céu, mas em questão de segundos faço uma intensa viagem ao inferno...
Prefiro praia, mas nada me impede de passar uns dias no campo...
Sou ogro e azul como o Hank McCoy, mas amo uma doce borboleta rosa...
Almejo ter mais de quatro filhos, mas às vezes apenas o choro de uma sobrinha já me irrita...
Tento ser culto, mas não dispenso os hábitos do povão...
Gosto da melodia e do cantar, mas sei que esta não é minha vocação...
Me encanto com o bailar das letras, mas permito que o papel e a caneta se calem em minhas mãos...
Busco conquistar, mas não quero ser amado...
Sei que faço sofrer, mas esta nunca é minha intenção...
Tento entender e perdoar, mas os gritos de ira abafam minha compreensão...
Amo o mar, mas temo me afogar...
Sinto pavor de um simples furo, mas trago em meu corpo marcas que eu mesmo procurei fazer...

Plantei meu jardim para não ter que esperar que alguém me trouxesse flores. Borboletas vieram enfeitá-lo e vez ou outra eu insisto em espantá-las... Flores em tons mesclados de azul e rosa parecem dançar sob a ação da brisa, mas eu me permito ser um dia frio de inverno.

Neste paradoxo, vivendo eu vou...

Meus dias de luz e meus momentos de trevas...
Buscando, mas não agradando a todos...
Sendo eu mesmo e um milhão na cabeça das pessoas...
Ora mocinho, ora bandido...
Acertando com meus erros...
Sempre levando uma coça com o carinho da vida...
Caindo e sempre de pé...
Sorrindo por trás das lágrimas...
Cantando serenata e sentindo rock'n roll...
Na chuva esperando o calor do sol...
Tentando ser invisível quando desejo que todos me vejam...

Não preciso de entendimento...apenas de compreensão!

E no meu complexo bipolar, caminho na longa estrada da vida, de mãos dadas com a morte. Ora querendo parar, ora com medo que ela me tire do meu objetivo... Escrevendo estas palavras depressivas em momentos de alegria...

No meu complexo bipolar caminhando vou...

No meu complexo bipolar vivendo vou...

No meu complexo bipolar morrendo vou...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Meu mundo...

O Brasil se veste de verde e amarelo...
E o azul? Onde foi parar???


O branco pedindo paz pode até passar despercebido visto que compõe uma simples faixa e as estrelas que se perdem no azul... Mas e aquela esfera gigante que se centraliza na bandeira? Como podem esquecer dela assim? E o céu do dia da independência? E esse mares que nos contornam? E essa infinidade de rios? Como podem esquecer do azul assim?




Ontem, me desloquei de São Pedro da Aldeia para assistir ao primeiro jogo da seleção na copa em Cabo Frio. E como era de se esperar (pelo menos por aqueles que me conhecem), vesti minha bermuda azul, meu tênis azul, minha camisa azul e meu boné azul.Ah e não podia esquecer da cueca(perdoem a intimidade) e do cordão de sementes azuis. Estava pronto pra transmitir toda tranquilidade e energia positiva, que a cor azul me traz, para a seleção brasileira. Na verdade eu estava pronto pra qualquer coisa porque eu quase sempre estou vestido assim... Mas ontem eu estava pronto pra torcer!

E chegando na praia do Forte... Me senti um alien!!! Uma multidão verde e amarela! Pra ser bem sincero eu vi uma multidão de canarinhos com algumas muito poucas manchas verdes... Parecia mais um canário da terra na muda... Mas e o azul??? Eu!!! Apenas eu!!! Alguns poucos corajosos se aventuravam com camisas dos seus times (fluminense,vasco,flamengo...é do botafogo não tinha nenhuma,desculpem-me os "estrela-solitária" mas ontem nem a solitária apareceu), e dentre estes eu encontrei um companheiro azul...com a camisa do grêmio... Mas e a nação brasileira? Esqueceram do azul?

Aquele marzão de ressaca que está destruindo o calçadão do Forte gritava soprando um vento gélido e ninguém dava nem idéia pra ele... Deus preparou um imenso anil com um solzão brilhante, para quebrar a ação do vento que soprava, e assistirmos ao jogo sem tremer de frio... E ninguém nem percebeu a importância do azul!!! Me revoltei!!! O céu me lembrava o tal céu do dia da independência (que justifica a presença do azul na bandeira) e as pessoas não davam a mínima pra isso... É nessas horas que dá vontade de torcer pra Itália, França... (Não, pra Argentina nunca! O porquê eu não sei, mas como nenhum brasileiro torceria eu também não o faria. É melhor errar com todo mundo do que acertar sozinho...)

Fui embora revoltado (depois de vibrar muito com a vitória de poucos gols do Brasil na estréia)...

Cheguei em casa... Tomei uma gelatina de Blue Ice para curar um pouco do vinho e da caipirinha que queriam fazer efeito na minha cabeça... Terminada peguei minha toalha de banho azul e fui banhar-me, com o auxílio do Albany Masculino (Fresh que é azul) , minha esponja de banho azul da Lux e meu xampú Clear Anticaspas Men (de Ação Refrescante que também é azul). Terminado meu banho deitei-me na minha cama, mas antes de deitar-me afastei a minha colcha de estampa azul e deitei no lençol de um xadrez azul, encostei minha cabeça no meu travesseiro de fronha azul e dormi coberto com meu edredon azul (porque aqui anda fazendo um friozinho de matar). Ao acordar levantei e fui direto ao banheiro e fiz a minha necessidade fisiológica e ao dar descarga desceu por aquela água o líquido azul do meu desodorizador sanitário líquido com o aroma marine. Lavei minhas mãos e voltei-me frente ao espelho para minha higiene pessoal. Peguei minha escova de dentes colgate com cerdas anti placa bacteriana azul e meu creme dental colgate whitening. Fiz a barba com meu gel de barbear Gillete Prestobarba para pele normal,que é azul, e meu aparelho Gillete Sensor Excel Azul.Terminada a higiene enxuguei meu rosto com a toalha de rosto azul que fica ao lado da pia. Tomei mais um banho e fui me perfumar com meu desodorante Rexona For Men(que é azul).Em seguida fui tomar meu café da manhã (droga não fizeram pães azuis nem leite com sabor tuti-fruti, então vou poupar detalhes desta parte). Ao vestir-me coloquei minha simpática farda azul mescla, e como eu ia de moto com meu amigo não esqueci meu capacete azul, coloquei minha mochila azul nas costas e fui trabalhar.

Ao chegar fiquei muito incomodado com essa situação, porque a cada comentário sobre o jogo eu me lembrava da minha frustação verde e amarela... Cheguei em casa e voltei na rua,ainda estava revoltado. Me rendi a paixão verde e amarelo e resolvi comprar uma camisa do Brasil amarela com as mangas verdes...



Mas, como eu não sou um cara rancoroso... Minha revolta passou logo... Ao sair da loja eu me deparei com uma outra loja (dessas que vendem roupas baratinhas, a um preço bem popular) e lá estavam elas... Duas camisas com estampas do Brasil... E ERAM AZUIS!!!! Não resisti...
Domingo estarei torcendo de novo... Dessa vez em São Gonçalo, e mesmo que eu seja o único mais uma vez eu não vou conseguir abandonar o azul que me acompanha!!!
Meu mundo é azul!!!
(por Deyvid Guedes em 16 de junho de 2010)




sábado, 12 de junho de 2010

Gueda - Guédez - Guedes





No dicionário etimológico do professor Mansur Farani, consta na pág 135:


"Guedes"- Sobrenome de origem portuguesa, em vez de Guédez, patronímico de Gueda.

Os Guedes vêm de Gonçalo Vasquez Guedes, fidalgo galego, que se passou a este tempo em época "de el rei D. João I"

Gueda é um substantivo masculino que vem do germânico "gada", que signifia companheiro.




O Brasão da Família Guedes: De azul com cinco flores-de-lis de ouro, postas em sautor.
Timbre: Uma flor-de-lis do escudo, ou um leopardo azul, rampante e sainte, carregado de uma flor-de-lis na testa.



obs.: nesta última foto, meu ombro!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A rede...

Ah! A rede!!!


Fora ela que os aproximara. Sua irmã havia acabado de fazer um encontro de jovens católicos no qual ele havia ajudado a realizar, e com uma lista de telefones e e-mails nas mãos, ele resolveu adicionar aos seus contatos uma infinidade de pessoas, muitas destas que ele nem sequer conhecia,e este era o caso da menina da voz encantadora. Mas aquela atitude era boa para ele, e um tanto ingênua, pois era dessa forma que ele conseguia ajudar a divulgar as atividades do grupo que promovia estes tipos de encontros. Mas agora ele tinha uma certeza, deveria agradecer a Deus por brilhante idéia, pois se não a tivesse feito talvez passasse despercebido por aquela festa e nunca mais voltasse a ver a menina que dizia que Deus estava mandando "Alguém pra ser só seu".



No dia seguinte a primeira coisa que foi fazer, ao chegar no trabalho, foi vasculhar, literalmente, toda a vida da menina. Estes sites de relacionamentos também vieram a ser criados em uma boa hora, pois foi a eles que o rapaz recorreu. Gostos, costumes, amigos em comum... Tudo ele queria saber. E aos poucos ele iria conseguindo. Até que em um desses sites, um onde as pessoas publicam uma foto diária com um comentário a respeito, numa espécie de blog, ele já teve sua primeira decepção. Um suposto namorado! Sim, ela tinha um namorado. Ele não conseguia entender bem se tinham terminado ou se apenas passavam por uma fase ruim do namoro (é, as pessoas costumam se expôr bastante na rede nos dias de hoje), mas ele tinha certeza de uma coisa, ela não era mesmo pro seu bico, tinha algo que a prendia, e, estando bem ou passando por fases, tinha outro cara na jogada e antes de entrar em cena já era hora de sair fora.



Mas amizade nunca era demais, e esta foi crescendo aos poucos, sem que ele fizesse esforços para isso. E agora esta era uma coisa que o preocupava. Ele não podia deixar que aquela confusão de sentimentos que o havia deixado inquieto por uma noite viesse a se confudir com aquela amizade, sincera e sem interesses. O desafio agora era não deixar que percebesse tudo que havia se passado em sua cabeça, por medo de que parecesse interesseiro e aquela amizade, a qual ele estava curtindo muito viesse a se perder...



Ah! A rede!!!


Foi através dela que ele compreendeu que na verdade o suposto namoro já não existia mais, e que ela havia passado por uma fase nada boa por conta do rompimento deste namoro. Era a sua grande chance! Mas não... Ele não conseguia sequer pensar na possibilidade de se aproveitar de uma situação dessas. É jogar sujo demais aproveitar-se da fragilidade alheia... É, era de se contentar com a amizade!!! "Mas peraí!" Cadê o cara que se dizia o "rei das noitadas"? Cadê aquele que nunca havia namorado porque nunca quis prender-se a ninguém? Será que estava apaixonado? Será que enfim alguém conseguiu tocar em músculo de movimentos involuntários que até então só fazia o trabalho programado pela natureza?


Uma coisa era fato. Suas noitadas agora se resumiam em bate-papo na internet, ligações de horas ao telefone e mensagens no celular... Enquanto deveria estar trabalhando, lá estava ele trocando uma palavra ou outra enquanto enviava documentos importantes pela rede do trabalho. E quando estava escalado para o serviço noturno, entre um horário e outro de serviço, ao invés de descansar, lá estava ele trocando confidências... Só não queria assumir, mas acho que o nome disso todos sabemos bem!




Ah! A rede!!!