segunda-feira, 28 de novembro de 2011

És vida...

És o terceiro elemento da criação
Terra, céu e vida
Tu és a própria vida
De ti toda a vida fora gerada
e é para ti que tudo retornará
Como todo ser vivente nasce, crece, produz e reproduz
Nasce de uma simples gota, do orvalho da manhã que acaricia a suave folha
Nasce de onde menos se espera
Um filete em meio a rocha
Mas diferente de todos os outros seres, és imortal
Não morres jamais e se renova em meio ao seu ciclo trazendo nova vida




E nada para ti é barreira
És vencedora, também por sua própria natureza
Em seu caminho longo e sinuoso ganhas forma, ganhas força
E nenhuma pedra se torna dificuldade
Fostes a salvação de Gaia
Os seres surgiram de teu meio
Fertilidade, purificação, sopro de vida...





Do amor proibido dos astros te formaste rio para jamais se esquecer
És a força da natureza, e de longas madeixas da transformação desce ao nosso encontro com toda a suavidade
Tens mistério...tens magia...
Debaixo de seus lençóis me fazes repousar e me revigorar





Cura, lava, liberta, purifica, santifica, faz reviver, faz renascer...
Sou você e você sou eu
Sem ti nada pode existir
Vem ser vida em mim também...









Por Deyvid Guedes em 14 de outubro de 2011




*******************************************************************


Um pouco de mitologia acerca da água.
Vários povos, várias culturas, um único ser e uma única crença: Fonte de vida!!!

      No princípio era o Caos. O Caos gerou Gaia, a mãe Terra e ela por si só gerou Urano, o céu. Gaia e Urano geraram Oceano, o primeiro Titã. Oceano era imponente e seu nome significa 'rio circular', pois era assim que os gregos o enxergavam, como uma imensidão de águas que circulava toda a Terra.
      Quando surgem os deuses Poseidon é o que tem soberania sobre as águas. Rei dos mares e também dos rios. Embora fosse o seu senhor, não exercia pleno poder sobre as águas, pois esta é um elemento primordial, existente antes mesmo de o deus existir.
      Hydros surge na mitologia para salvar Gaia, que estava sendo queimada por Piros, o fogo.
      A deusa Tétis, as nereides e as sereias pléiades, habitavam o imenso mar da mitologia grega. Para se purificar de algum ato vil, os gregos banhavam-se nas águas dos rios.


      No Egito, a Terra e a vida nascem da emergência do oceano. Seres lodosos surgem dos momentos de baixamar do rio Nilo. Assim, toda a criação, inclusive os deuses, surgem da água. Soma de todas as virtualidades, fonte, origem e reservatório de toda a existência, precede todas as formas de vida e suporta toda toda a criação.


      No princípio Deus criou o céu e a Terra. Separou dia e noite e antes de qualquer ser vivo criou as águas. Distinguiu as águas sob e sobre a expansão e em seguida populou de vida toda a água existente.


      O rio Gandhi (Ganges ou Ganga), nasce nos pés do senhor Vishnu e jorra da cabeça de Sheeva. Era um rio muito violento que se descesse  a Terra destruiria tudo o que encontrasse pela frente. Com isso, Sheeva (deus da transformação) sabendo da necessidade da água para a vida na Terra, permitiu que o Gandhi saísse do plano espiritual e batesse primeiro em sua cabeça para amortecer toda a sua força. E é das longas madeixas de Sheeva que surge toda a vida.

      Da cultura de origem afro, Yemanjá e Oxum dividem a sua soberania entre as águas do mar e a água doce (respectivamente). Nanã é o encontro das águas do rio com o mar. Iansã é a força das chuvas e das tempestades. Para umbandistas, os orixás não são espíritos, mas sim a força da natureza. Neste caso quatro orixás representam a força das águas.


      Das florestas, as lendas aquecem e populam a imaginação de um povo.  Das águas dos rios amazonenses, o boto toma a forma de homem e representa a fertilidade.
Jaçanã, bela como uma flor, foi sacrificada pela ira do pajé, por conta de um amor proibido por um valente guerreiro. Afogada em mágoas em um rio, transformou-se na vitória-régia.
Sol e lua se encontraram no primeiro eclipse. Aquele encontro ficara marcado eternamente em suas vidas. Se amaram intensamente, mas descobriram que não poderiam se casar, pois dia e noite os separavam. Ao lua, apaixonada, de tanto chorar, fez nascer o rio-mar (rio Amazonas).

      Em 4 de agosto de 1578 o rei de Portugal, D.Sebastião, desaparece no deserto de Alcácer-Quibir, no Marrocos. O corpo nunca fora encontrado. Dizem que ele mora na ilha dos lençóis, em Cururupu, no Maranhão. Seu reino está oculto no fundo do mar em torno da ilha encantada. As dunas da ilha parecem com as areias do deserto de Alcácer-Quibir. As sextas-feiras ele aparece na praia sob a forma de um touro negro com uma estrela dourada na testa. Se alguém conseguir cravar um punhal na estrela, o feitiço será quebrado, a cidade de São Luíz ira submergir, e do fundo do mar surgirá o castelo do rei e toda a sua corte de encantados. Todo dia 4 de agosto a escuridão dos lençóis torna-se palco de um passeio do rei com os fidalgos da corte. Ele procura pelo navio que pode reconduzí-lo a Portugal. É a noite da encantaria e dos tambores misteriosos...



Sem comentários:

Enviar um comentário