terça-feira, 29 de novembro de 2011

憧れ

2h45...
A noite já chegou há tempo, o cansaço no corpo também, mas o bendito sono não vem...
Parece que a grande massa cinzeta não quer descansar...aliás essa não se cansa nunca, mas hoje resolveu trabalhar dobrado.
Imagens, cenas, palavras, músicas...
Tudo é perturbador quando resolvem passear todos ao mesmo tempo num pequeno espaço chamado memória...
Lembranças incomodam e não me permitem relaxar.
Preocupação?
Não...
Apenas lembranças.
Lembranças até mesmo gostosas de sentir, mas são lembranças do que nunca existiu.
Lembranças de um passado que nunca esteve presente para se tornar futuro
Promessas que não foram
Beijos que não se encontraram
Abraços que não aqueceram
Vagas lembranças
Elétrons, neurônios, sinapses...esta noite estão a todo vapor
Me levanto e vou até a varanda
A lua não está no seu lugar de sempre, a chuva e o tempo frio a impediram de vir me visitar
Mais lembranças
Das noites de luar que não assistimos juntos
O mar me traz a memória os mergulhos que não demos
E o horizonte...sinto tanta falta desse desconhecido que nunca alcancei
Gravuras, grafias, toques... Memórias inexistentes insistem em tirar meu sono
A casa que não construímos, o perfume que não sentimos, o carinho que não nos proporcionamos
Sinto tanta falta
Falta do que nunca foi e agora me vem a mente tão real
Voltar ao travesseiro também me perturba...o encho de informações que nem eu mesmo sei de onde vem
E não quero guardá-las ali, seria um erro, as transformaria em sonhos e sonhar com o que nunca foi e nem será traz expectativas maléficas ao coração
Na verdade me traria sonhos com o que eu não quero sonhar
Me traria sonhos das lembranças que nunca tive e que não quero ter
Mas o que fazer?
Me resta apenas sonhar! Não deve ser tão ruim assim sonhar com lembranças tão boas...mesmo as lembranças que nunca existiram.
Como explicar isso?
Talvez uma única palavra consiga traduzir essa enxurrada de informações...




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