quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Loucas crônicas confusamente paradoxais

Triste noite no quarto da solidão...
Prometi pra mim mesmo que seria feliz e nada me atrapalharia. É preciso dar o primeiro passo e fugir desta imensa escuridão.
Sair sem destino, sem compromissos com o tempo... Viver a vida com o que ela tem de melhor pra me oferecer. Vento no rosto, adrenalina no sangue e a doce sensação de que nunca mais estarei sozinho. Carros que cruzam meu caminho não conseguem desviar minha atenção e meu olhar adiante. 
Tem dias que preciso apenas de um abraço. Corações batendo em sincronia, silêncio nos lábios e palavras saindo do peito. E encontro isso onde menos espero. Se precisar de um ombro pra chorar, sem nem mesmo perceber em instantes estou me desfazendo em gargalhadas. Se preciso sair por aí e respirar ar puro, encontro companhia nos pés que me acompanham. Quando de carinho e afeto precisei, encontrei nas mãos que me acariciaram. Mesmo na noite nublada eu pude ver o brilho da lua. Em dias frios, tive o calor do sol pra me aquecer. Olhos nos olhos, e eu vejo o meu reflexo no espelho que traduz exatamente quem eu sou... As palavras que me encantam me fazem refletir e sonhar com um novo dia!

Como num passe de mágica, tudo some a minha volta e percebo que não sai do ponto de partida. O frio e a solidão ainda me assolam entre as paredes do meu quarto. Altos e baixos, num mundo tão bipolar, como um camaleão vou me adaptando ao meio, da mesma forma, sem me tornar diferente. E vivo neste mundo de idas e vindas, alternando meu humor entre alegrias e tristezas.

Tão repleto e tão vazio. Posso ter tudo a minha volta e ter a sensação de que nada tenho. Tão feliz comigo mesmo e me entristecendo com minha própria pessoa. Repleto e cercado de amigos, afogado na solidão. Paradoxos me sufocam. O que amo tanto se torna para mim motivo de profundo ódio. Do céu ao inferno em questão de segundos...

De tanto levar porrada apanhar dessa vida, fui aprendendo a ser feliz comigo mesmo. Aprendi a me amar antes de qualquer coisa.. Aprendi a sorrir e amar meu sorriso, aprendi a ser eu mesmo e a amar meu jeito de ser, aprendi a ser verdadeiro e amar minha sinceridade, aprendi a chorar quando sentir vontade e a me reerguer quando for preciso. Mas ainda falta alguma coisa... Será que falta mesmo? Aprendi tanto ter amor próprio que acabei esquecendo de aprender uma coisa: Ser amado! Já chorei por quem não me ama e já fiz chorar quem me ama de verdade. Já fiz loucuras por amor e já chamei de louco quem enlouqueceu (perdoe-me a redundância) por minha culpa... Errando alvos certeiros e acertando os errados. 

Vivendo, batendo, apanhando, se flagelando... Amando, odiando... Querendo, desprezando...
Sigo esta porra de vida vivendo desaprendendo, sorrindo, chorando...

E aqui encerro com uma frase do poeta Fernando Anitelli, em uma de suas letras:


"Basta as penas que eu mesmo sinto de mim
 Junto todas, crio asas, viro querubim" 
(Cuida de mim - O Teatro Mágico)




por Deyvid Guedes em 16 de setembro de 2011

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