Triste noite no quarto da solidão...
Prometi pra mim mesmo que seria feliz e nada me atrapalharia. É preciso dar o primeiro passo e fugir desta imensa escuridão.
Sair sem destino, sem compromissos com o tempo... Viver a vida com o que ela tem de melhor pra me oferecer. Vento no rosto, adrenalina no sangue e a doce sensação de que nunca mais estarei sozinho. Carros que cruzam meu caminho não conseguem desviar minha atenção e meu olhar adiante.
Tem dias que preciso apenas de um abraço. Corações batendo em sincronia, silêncio nos lábios e palavras saindo do peito. E encontro isso onde menos espero. Se precisar de um ombro pra chorar, sem nem mesmo perceber em instantes estou me desfazendo em gargalhadas. Se preciso sair por aí e respirar ar puro, encontro companhia nos pés que me acompanham. Quando de carinho e afeto precisei, encontrei nas mãos que me acariciaram. Mesmo na noite nublada eu pude ver o brilho da lua. Em dias frios, tive o calor do sol pra me aquecer. Olhos nos olhos, e eu vejo o meu reflexo no espelho que traduz exatamente quem eu sou... As palavras que me encantam me fazem refletir e sonhar com um novo dia!
Como num passe de mágica, tudo some a minha volta e percebo que não sai do ponto de partida. O frio e a solidão ainda me assolam entre as paredes do meu quarto. Altos e baixos, num mundo tão bipolar, como um camaleão vou me adaptando ao meio, da mesma forma, sem me tornar diferente. E vivo neste mundo de idas e vindas, alternando meu humor entre alegrias e tristezas.
Tão repleto e tão vazio. Posso ter tudo a minha volta e ter a sensação de que nada tenho. Tão feliz comigo mesmo e me entristecendo com minha própria pessoa. Repleto e cercado de amigos, afogado na solidão. Paradoxos me sufocam. O que amo tanto se torna para mim motivo de profundo ódio. Do céu ao inferno em questão de segundos...
De tanto levar porrada apanhar dessa vida, fui aprendendo a ser feliz comigo mesmo. Aprendi a me amar antes de qualquer coisa.. Aprendi a sorrir e amar meu sorriso, aprendi a ser eu mesmo e a amar meu jeito de ser, aprendi a ser verdadeiro e amar minha sinceridade, aprendi a chorar quando sentir vontade e a me reerguer quando for preciso. Mas ainda falta alguma coisa... Será que falta mesmo? Aprendi tanto ter amor próprio que acabei esquecendo de aprender uma coisa: Ser amado! Já chorei por quem não me ama e já fiz chorar quem me ama de verdade. Já fiz loucuras por amor e já chamei de louco quem enlouqueceu (perdoe-me a redundância) por minha culpa... Errando alvos certeiros e acertando os errados.
Vivendo, batendo, apanhando, se flagelando... Amando, odiando... Querendo, desprezando...
Sigo esta porra de vida vivendo desaprendendo, sorrindo, chorando...
"Basta as penas que eu mesmo sinto de mim
Junto todas, crio asas, viro querubim"
(Cuida de mim - O Teatro Mágico)
por Deyvid Guedes em 16 de setembro de 2011
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