quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Apenas navego...

Içar velas e aguardar o vento que sopra...
Derrota traçada! Mas não sou dono do meu destino. Espero o vento, Senhor Maioral, ditar as regras de que portos devo alcançar.
Non ducor, conduco. Lanço à deriva e apenas confio no meu condutor.
Não custa nada pedir que me sopre para boas terras, mas sei que nunca planeja comissões ruins. Por isso confio! Nada de tentar lutar contra a direção estipulada, para não correr o risco de ir a pique entre uma vala ou outra que aparecer...
Apenas navego...

Na esteira trago a força dos que sempre me aguardam na atracagem. À contrabordo é o amor que mantém o sorriso em meu rosto.

Timão  em minhas mãos. Leme sob o meu controle. Velas a todo pano. Agora é só esperar o vento...  Eu apenas navego... Vento que vem acariciar minha velas... Vento que vem me empurra à vante... Vento que sopra e me leva, ainda nem sei pra onde... Vento que abranda o calor... Vento que vem do horizonte...

Ah o horizonte!
A única certeza que tenho. A certeza de que o futuro é incerto. Do horizonte eu vim com o vento, e é pra lá que com ele eu volto...



E o que me espera?

Talvez um dia eu descubra! Agora apenas navego... A quantos nós, só quem pode dizer é o vento agindo em minhas velas...

Eu apenas navego...








Legenda:
Içar: Levantar
Derrota: caminho percorrido por um navio
Non ducor, conduco: Não conduzo, sou conduzido
Comissões: Missões de uma tripulação
Ir a pique: naufragar
Vala: espaço vazio entre uma onda e outra
Esteira: rasto de espuma deixado pelo navio na água
À contrabordo: do lado
À vante: para frente