domingo, 31 de maio de 2009

Noite fria...


A noite vem chegando, e com ela o frio e a escuridão. De uma hora pra outra o tempo fechou, a chuva insiste em cair... e não quer mais parar... Lágrimas, suor e gotas de chuva se misturam, não sei mais o que exatamente molha meu rosto, mas insisto em tentar secar... Em vão! Ele permanece molhado e escorre, molhando também todo o meu corpo, e o frio vai ficando cada vez mais intenso. Essa tempestade me assusta. Parece que nunca terminará. Vento e chuva cada vez mais fortes me deixam cada vez mais fraco. Busco apoio... encontro... mas não consigo me apoiar. Daqui da janela deste quarto solitário, tento observar tudo o que acontece ao meu redor, enquanto a chuva não cessa de me molhar. Talvez quando amanhecer, a tempestade se acalme e um lindo dia nasça. Mas enquanto a noite não passa, fico aqui na esperança de que o frio e a escuridão acabem logo... e não demore passar... não demore...










(por Deyvid GuedesSegunda-feira, 20 de outubro de 2008, às 22h35)

sábado, 23 de maio de 2009

Medo de ter medo


Noite escura, clima tenso... Tenho medo do medo que me dá de ter medo. É a névoa que desce e encobre meu chão, esconde meu horizonte de mim mesmo, tirando minha visão e me deixando sozinho em meio a noite.

Na sarjeta sinto frio, deste vento gelado que me sobe a coluna. Luzes que vêm e vão se misturam e confundem o meu olhar. Tenho medo do medo que me dá de ter medo...

Pessoas passam por mim a todo momento. Me veem, me olham, falam comigo... mas meu medo que me impede até mesmo de ouví-las... tento gritar, quero falar... em vão, não tenho forças. Meus papéis continuam em branco, calaram minha voz... As portas já se fecharam e todos já se recolheram no aconchego do seu lar. E eu aqui, escondo-me apenas atrás desta fumaça densa, entre um trago e outro de uma bebida qualquer que, inultimente, tenta me aquecer.

Quem antes tentava puxar algum assunto agora não o faz mais. Não ouço mais vozes, não vejo pessoas, apenas os sons e as imagens que insistem em perturbar minha mente. Está cada vez maior este medo do medo que me dá de ter medo. O calor de uma pequena brasa que ainda teima em ficar acesa não faz passar o frio... não me tira a ansiedade... não ilumina meu horizonte... não em faz relaxar mais... e, principalmente, não me livra deste medo...

Quero caminhar, mas nesta estrada de ilusões não consigo enxergar meu destino. Não aguento mais esperar pro frio dessa noite passar. Quero um sol que me aqueça. Um sol de verão e não mais ser enganado por este frígido sol de um dia escuro de inverno... Um sol que me livre do meu medo de ter medo!








(por Deyvid Guedes, em 22 de maio de 2009)